Câmara vota projeto de lei que equipara aborto após 22 Semanas de gestação a homicídio

Câmara dos deputados deve votar requerimento de urgência nesta semana

Por Da Redação com Gazeta Brasil 05/06/2024 - 09:41 hs
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados


A Câmara dos Deputados deve pautar no plenário desta semana o requerimento de urgência para um projeto de lei que equipara ao crime de homicídio o aborto realizado após 22 semanas de gestação e com viabilidade do feto por meio de técnicas de assistolia fetal, que usa medicamentos para interromper os batimentos cardíacos do feto.

 

 

A proposta, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), uma das principais lideranças da Frente Parlamentar Evangélica, também acaba com a possibilidade legal de aborto após cinco meses de gravidez. O assunto foi debatido em reunião do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), com lideranças partidárias.

 

A votação da urgência deve ocorrer nesta quarta-feira, 5. Caso os deputados decidam acelerar a tramitação, o projeto poderá pular etapas e ser analisado diretamente no plenário, sem passar antes por comissões temáticas da Câmara. A expectativa de Sóstenes é que o mérito seja votado na semana que vem.

 

 

O projeto faz parte da chamada "pauta de costumes" capitaneada pela oposição no Congresso e desagrada ao governo Lula e sua base de apoio de esquerda. A aprovação do texto seria mais um revés para o Palácio do Planalto dias após a sessão de análise de vetos que gerou uma série de derrotas do Executivo.

 

Segundo lideranças da bancada evangélica, o projeto conta com apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e da Frente Parlamentar da Segurança Pública. Esses grupos temáticos no Congresso são majoritariamente conservadores e desde o ano passado ensaiam se unir para impor derrotas ao governo Lula em temas ideológicos.

 

O projeto equipara ao homicídio simples o aborto no casos em que a gestação ultrapassar 22 semanas e houver viabilidade do feto. Também altera o artigo que estabelece casos em que o aborto é legal para restringir a prática em casos de gestação resultantes de estupro, permitindo o procedimento apenas até a 22ª semana.